como a faca
o corpo
a estrada penetra
o sertão e corta
seus intestinos
como a faca
o morto
como a faca
a estrada se estende
como a faca
e seu desígnio
como o corpo
e seu signo
como o corpo
e seu signo
a estrada
é construção do silêncio
e compõe a paisagem
como o corpo
no sertão
como o morto
no chão
como a faca
a estrada brilha
ao sol argamassado
como a faca
no silêncio
de seus gumes prateados
a estrada o morto a faca o sertão
são palavras planas
habitadas por sol
e solidão.
Um comentário:
Qual pulso, seu poema bate.
Pulso. Faca. Morte.
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